Debate promovido pela CNBB não terá armadilhas aos candidatos, afirmou o presidente da instituição, Cardeal Raymundo Damasceno
André Cunha
Enviado especial à Aparecida (SP)
Enviado especial à Aparecida (SP)
O presidente da CNBB,
Cardeal Raymundo Damasceno de Assis, afirmou em coletiva de imprensa
nesta segunda-feira, 15, que o objetivo do debate promovido pela Igreja
do Brasil não é criar armadilha aos candidatos, mas ser um espaço para
conscientizar o eleitor sobre a importância do voto.
“É uma iniciativa da CNBB para ajudar
nosso eleitor no discernimento na hora do seu voto; para ouvir os
projetos dos candidatos para o Brasil enquanto nação e para responder
perguntas de interesse não só da Igreja, mas também nacional. Assim o
eleitor poderá conhecer melhor os candidatos”.
O cardeal também recordou que a Igreja
não tem partido político, nem candidato preferencial, mas ao contrário,
não impõe votos e não quer se tornar “curral eleitoral”.
“A Igreja apenas facilita para o eleitor a
tomada de decisão; não quer impor a ninguém um partido ou candidato,
mas ajudar o eleitor para que o escolha livremente. A Igreja dá somente
elementos e critérios para que o eleitor o faça”, disse.
Roteiro do debate
Os oito candidatos com representação no
Congresso Nacional – Aécio Neves, Dilma Rousseff, Eduardo Jorge, Eymael,
Levy Fidelix, Luciana Genro, Marina Silva e Pastor Everaldo -,
participarão do debate promovido pela CNBB, nesta terça-feira, 16, às
21h30, com transmissão ao vivo pela TV Canção Nova, além de outros meios de comunicação de inspiração católica.
No primeiro bloco, os candidatos
responderão a uma pergunta geral, feita pela CNBB, e terão dois minutos
para resposta. O segundo bloco será dedicado às perguntas que oito
bispos farão, respectivamente, aos candidatos.
“Serão oito perguntas feitas pelos bispos
de várias partes do país, que trarão as realidades de suas comissões
episcopais”, explicou o diretor-geral da TV Aparecida, padre Josafá
Morais. Os candidatos responderão as perguntas mediante sorteio
realizado ao vivo.
Já no terceiro bloco, jornalistas das
mídias católicas serão responsáveis por questionar os presidenciáveis. O
confronto entre os candidatos ficou reservado para o quarto bloco,
sendo o quinto, para as considerações finais.
O mediador do debate, o jornalista
Rodolpho Gamberini, também afirmou que não haverá possibilidade de
armadilhas entre os candidatos. Segundo ele, as perguntas serão
previamente preparadas, mas somente com sorteio ao vivo se saberá a quem
serão dirigidas. “Não é possível fazer armadilha porque não se sabe
quem responderá”, adiantou.
Assuntos de interesse da Igreja
Além dos assuntos sociais e econômicos, a
Igreja do Brasil tem interesse em ouvir os candidatos acerca de temas
que dizem respeito à moral católica, como a família e a defesa da vida.
“A família é importante para nós. A
questão da vida é importante para nós. Então, qual é a posição do
candidato com relação a esses temas? A vida é importante para ele, desde
seu começo até seu término natural, ou não? Aí entra toda uma questão
complexa da segurança, da defesa da vida, da promoção da vida, da defesa
da dignidade humana, dos direitos humanos. São questões, às vezes, não
tão enfatizadas, embora mencionadas nos debates anteriores, mas de
maneira muito rápida”, explicou cardeal Damasceno.
Este é o terceiro debate de iniciativa
católica. O primeiro aconteceu em proporções menores em 1989, o segundo –
em São Paulo, com maior repercussão midiática –, em 2010. O diferencial
deste terceiro é a sua realização nas dependências do Santuário
Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo.
(FONTE CANÇÃO NOVA)
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