O vice postulador do processo de beatificação de Frei Damião procura testemunhos de pessoas que alcançaram graças por intervenção do frade capuchinho. Esses relatos depois de comprovados, pode ajudar a diminuição do tempo para a santificação do "Apóstolo do Nordeste". O leitor que souber de algum caso, pode entrar em contato por carta através da caixa postal 4713 Recife PE, Cep 51.111-970, ou pelo site http://www.freidamiaodebozzano.org/ de onde foi extraído o texto abaixo.
Processo de Canonização
A santidade é dom de Deus e pertence à toda a Igreja. João Paulo II afirmava: “…porque os santos estão entre nós, eles pertencem à nossa família e nós à deles. Como Igreja a caminho, que hoje dá os primeiros passos no terceiro milênio nós olhamos para eles, para não perdermos a fé em nós mesmos e nos outros. Os santos são um sinal de otimismo nas possibilidades de cada um: voltemo-nos para eles e descubramos o santo que está em nós; comparemo-nos com eles para compreender que Deus não está habituado a sofrer derrotas no confronto com a fragilidade humana”.
Como disse nosso postulador geral, Frei Florio Tessari, “Os santos são o fruto precioso do Espírito na Igreja. Estes nos unem no mesmo espírito, manifestam a vida em Cristo, a vida segundo o Espírito na encarnação concreta da sua existência”. Em relação à Ordem Capuchinha, temos uma rica plêiade de santos que nos foi dada pelo espírito Santo. Entre eles há muitos que nos são contemporâneos. E não podemos ser-lhes indiferentes. Assim, aqueles que morrem com fama de santidade, podem ter o seu testemunho de vida reconhecido oficialmente pela Igreja. A santidade canônica lembra a todos nós que o Senhor lançou-nos um olhar particular e a santidade desses irmãos e irmãs nos interpela e nos estimula na vivência cristã.
Assim, a chamada Causa de Beatificação e Canonização é o processo feito para a inclusão de alguém na lista (cânone) dos santos. Esse processo se dá por etapas. Concedida a licença de Roma para abrir o processo, o candidato recebe automaticamente o titulo de “Servo de Deus”. O processo geralmente é aberto cinco anos após a morte da pessoa. O bispo consulta o povo sobre a vida e as obras do candidato e encaminha o pedido para a Santa Sé. Ela verifica se “nada consta contra ele”, e autoriza a abertura do processo. Começam as etapas: a primeira etapa consiste em provar através de depoimentos que o candidato à beatificação praticou em grau heroico todas as virtudes cristãs. É instaurado um tribunal e nomeia-se seus membros (juiz, promotor, notário). Convocam-se testemunhas que, sob juramento de dizer a verdade, são interrogadas sobre a vida, as obras e virtudes e os defeitos do candidato. O que é contado pelas testemunhas durante as sessões, não pode ser publicado ainda. O vice postulador é quem convoca essas testemunhas, e estabelece contatos entre uns e outros. Os depoimentos, fechados e lacrados, vão para Roma, onde são analisados pelos peritos. Se o parecer for favorável, o candidato é declarado “Venerável”.
A Igreja pede a apresentação de um milagre comprovado, alcançado através da intercessão do candidato à beatificação. Só valem milagres acontecidos após a morte dele. No decorrer da primeira etapa, recolhem-se relatos de graças ou curas extraordinárias. Forma-se outro tribunal canônico. Convocam-se testemunhas e médicos, para examinar as curas apresentadas.
No caso dos mártires não se exige nenhum milagre. Para os mártires o processo é mais simples. Basta provar que morreram pela Fé. Por que a Igreja exige este milagre? Depoimentos humanos podem incorrer em algum engano, mas os milagres não, porque são realizados por Deus, através da intercessão do candidato à beatificação. O milagre, portanto, vem confirmar a santidade do candidato.
Se uma cura for declarada inexplicável pela medicina atual e aprovada pela comissão dos teólogos, o candidato pode ser proclamado “Beato” ou “Bem-aventurado” e ser venerado na região onde viveu. Atualmente basta um milagre para a beatificação. Sendo constatado mais um milagre, o candidato é canonizado, ou seja, incluído no cânone ou lista dos santos oficiais da Igreja. Esta proclamação feita pelo papa significa que o candidato levou vida santa aqui na terra, está no céu e pode ser cultuado no mundo inteiro como “Santo”.
Situação atual do processo do Servo de Deus, Frei Damião
O Processo de Beatificação e Canonização de Frei Damião de Bozzano foi aberto oficialmente no dia 31 de janeiro de 2003. Estamos na chamada fase diocesana. Já foram escutadas as testemunhas e estamos esperando os pareceres das comissões histórica e teológica. Temos recolhido e estamos avaliando diversos relatos de graças alcançadas por intermédio desse Servo de Deus e haveremos de escolher os mais significativos para enviar ao Vaticano.
No mês de maio de 2012, quando celebraremos os 15 anos de Frei Damião na Casa do Pai, precisamente no domingo dia 27, estaremos realizando a Sessão de Encerramento do processo na fase diocesana e toda documentação conseguida será enviada à Congregação para a Causa dos Santos em Roma. De lá, esperaremos a declaração das virtudes heroicas de Frei Damião, após acurada avaliação das comissões daquele dicastério, enquanto será escrita a Positio, uma espécie de biografia documentada dele. Depois, conforme as orientações da Causa dos Santos e da Postulação Geral da Ordem Capuchinha, serão preparados os passos para a beatificação.
Por Frei Jociel Gomes, OFMCap.
Vice-Postulador
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